Nascido em Lisboa, Caeiro foi um pastor que «viveu quasi toda a sua vida no campo» e que «não teve profissão nem educação quasi alguma». Ainda assim, Fernando Pessoa elevou-o à categoria de mestre de todos os heterónimos e de si mesmo. Mas que tipo de poeta é Caeiro: o mais natural ou o mais artificial que alguma vez existiu? O presente volume permite ler Alberto Caeiro respondendo a esta e a outras perguntas. Além de todos os seus livros de versos, inclui vários inéditos, a versão integral do caderno de O Guardador de Rebanhos, repleto de correcções e alterações, assim como os textos que Pessoa projectou para a grande apresentação europeia de Caeiro em 1914. «Repare-se: O extraordinario valôr da obra do sr. A[lberto] C[aeiro] está precisamente em ella ser obra de um mystico materialista, de um abstracto que só trata das cousas concretas, dþum ingenuo e simples que não pensa senão complexamente, dþum poeta da Natureza que o é do espirito, dþum poeta espontaneo cuja espontaneidade é o producto de uma reflexão profunda.» ©Tinta-da-china